Myrian Fernanda dos Santos Lima, Psicóloga Clínica - CRP: 02/22362

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A Vida é Bela




A Vida É Bela", de Roberto Benigni, Produzido na Itália  1997 é um desses filmes lindos e emocionantes que aparecem de tempos em tempos e que, de tão corajosos e descompromissados com o engajamento histórico, "político e ideologicamente corretos", deixa seus críticos inteiramente confusos. 
No filme, acompanha-se a história de Guido Orefice, personagem italiano que casa-se com Dora e torna-se pai de Giosué. 




Contudo, dado ao cenário nazista da 2ª Guerra Mundial, época em que se passa o filme, pai e filho são aprisionados em um campo de concentração.
O enredo nos apresenta Guido, o personagem principal, caracterizado como um espirituoso filho de judeus que, durante a Segunda Guerra Mundial, é mandado para um campo de concentração junto com seu filho Giosué, seu tio e sua esposa  Dora, sendo italiana e não judia, não é obrigada a ir, mas decide ir voluntariamente para tentar estar com sua família, no campo de concentração para poder acompanhá-los. Guido, inteligente e simples, passa a tentar fazer com que o filho acredite que os dois estão participando de um jogo, para que o menino não perceba o horror da vida que passaram a levar.




O filme, no entanto, não é apenas uma leve comédia à italiana; até porque parte dele se passa dentro de um campo de concentração nazista e mostra o seu cotidiano de horrores. A diferença é que para Guido a vida é bela – ainda que isso seja um recurso desesperado para proteger o filho Giosué, de pouco mais de 4 anos, que também é levado para aquele lugar por ser judeu como o pai. Nós, do lado de cá, somos surpreendidos a cada momento por aquele homem, que a todo instante tira da manga os recursos mais inusitados para não deixar seu filho perceber onde realmente está, protegendo-o dos efeitos de uma guerra de motivos tão insanos.


Os campos de concentração foram locais onde os judeus eram trancafiados por ordem de Hitler, para lá trabalhar pesado e a hora que não servirem para mais nada, morriam na câmara de gás, chamada lá encarecidamente de “tomar banho”. Contudo, mesmo frente a essa terrível possibilidade, para não assustar o filho, Guido não conta verdade para Giosué, dizendo que aquilo se trata de um jogo em que os vencedores ganhariam um prêmio Que seria um belo tanque de guerra.



Provavelmente. Como esconder de uma criança os sofrimentos de uma guerra, as condições desumanas em que os judeus eram tratados, recorrendo simplesmente ao imaginário infantil das brincadeiras e as suas compensações.
 Assim, diante de cada nova situação novos elementos do jogo eram criados por Guido para fazer seu filho acreditar que realmente tratava-se de um jogo. Em cada nova circunstância o mesmo era aprimorado, ora deveria se esconder, ora esperar, e em determinado momento o silêncio era necessário. Desse modo, o protagonista oferecia à criança a possibilidade de dar um sentido àquilo tudo, pois o projeto de ganhar o tanque de guerra aparece-lhe como possibilidade inerente a cada situação vivida.



Guido finge ser um inspetor do ministério que deve ter uma conversa com as crianças sobre o Manifesto da Raça. Na verdade, Guido quer chamar a atenção de Dora, mas o que a cena mostra é que somos todos iguais.
Guido aponta seu umbigo como um autêntico umbigo italiano, seus ouvidos, etc.  As crianças, quando veem o imitam e riem. Desta forma, Guido consegue desmistificar as diferenças a que o manifesto apela, já que ele é judeu e não apresenta nenhuma característica física que o diferencie daqueles filhos italianos “puramente arianos”.
Esta cena, sem dúvida, nos traz um sorriso, mas é um sorriso agridoce se considerarmos o verdadeiro significado dessa conversa, o que significava que aquelas crianças ouviam um cavalheiro do ministério falar com elas sobre as raças humanas.



Guido burla todas essas crenças, desmantela toda a ideologia  racista com comentários espirituosos e engraçados. É um personagem que nos conquista desde o início. Despreocupado, muito criativo, e sua luta para conquistar Dora nos fascina. Nada o detém, nem mesmo o fascismo.
A vida de Guido e sua família é truncada pelo Holocausto
A partir deste momento, o filme tem uma mudança radical: o tom alegre e despreocupado se aproxima da tragédia. Mas Guido não perde o sorriso por um momento, sempre tenta lutar por sua sobrevivência e a de sua família e começa a inventar uma história que evite o sofrimento do pequeno Giosué.



‘A Vida é Bela’ provavelmente é o filme italiano mais reconhecido e aclamado internacionalmente. O roteiro, a trilha sonora e as interpretações dos atores tornam um filme inesquecível, capaz de ir do riso às lágrimas e transmitir uma infinidade de emoções. A comédia em ‘A Vida é Bela’ é encontrada em pequenos detalhes, em pequenos momentos que levam a um piscar de olhos cômico. No entanto, o que é realmente interessante é como, a partir de uma situação desagradável e assustadora, consegue nos fazer dar um sorriso.

  Myrian Fernanda


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