Myrian Fernanda dos Santos Lima, Psicóloga Clínica - CRP: 02/22362

O Viver Poiesis tem como objetivo trazer informações sobre questões Psicológicas e Mentais, para você pensar, praticar e aplicar a sua vida e, assim melhorar seu emocional e seu comportamento. Obtendo uma Qualidade de Vida, se permitindo viver a sua obra, seus objetivos e seus ideais.

Gênio Indomável



A beleza do filme Gênio Indomável, é pela forma como ele deixa claro que não há nada que substitua sentimentos verdadeiros sendo trocados entre duas pessoas, conectadas, em que uma interfere na vida da outra. Não há ninguém perfeito e não há problema, pois a maior beleza de uma relação é a vontade de duas pessoas que querem ser perfeitas uma para outra. Para isso é preciso estar disposto a ter trabalho, a ouvir, a se colocar no lugar do outro e ficar vulnerável, assim como Sean fez com Will, ajudando-o a fazer algo com o que os outros fizeram dele, como disse Sartre. Se não estivermos dispostos a fazer isso, deixo com que Sean, através do saudoso e irretocável Williams, vos diga que isso é uma super filosofia, em que você poderá viver a vida inteira sem conhecer ninguém profundamente.


Essas questões são apresentadas no filme “Good Will Hunting” (Gênio Indomável) escrito pelos amigos Matt Damon e Ben Affleck, com direção de Gus Van Sant. Na trama, Will (Damon) é um garoto problemático, que facilmente se envolve em confusão e com problemas comportamentais.
Will tem esse comportamento em função de traumas ocorridos na infância, quando sofrera maus tratos e fora abandonado por aqueles que deveriam tratá-lo com carinho e ter estado ao seu lado. No entanto, apesar da infância traumática e conturbada, além dos problemas de comportamento, Will é um gênio e, assim, acaba chamando a atenção do renomado professor Gerald Lambeau (StellanSkarsgård) que passa a acompanhá-lo, após o jovem se envolver em mais uma confusão. Nesse acompanhamento, Will deverá ter aulas de matemática, fazer terapia e arrumar um emprego no campo matemático. 


A partir de então se inicia o cerne da história, a saber, a análise psicológica de Will, um jovem extremamente genioso, mas genial, sob duas perspectivas diferentes. A primeira é a do professor Lambeau que vê Will apenas como um gênio da matemática, o qual deve aproveitar esse talento para trabalhar em uma grande empresa e se tornar conhecido pela sua genialidade.



Com uma perspectiva totalmente diferente aparece Sean (Robin Williams), um terapeuta que está acompanhando Will. Sean enxerga o jovem como um ser humano. Reconhece a sua genialidade, mas também vê as suas fraquezas. Aliás, percebe que por trás de um sujeito auto suficiente e arrogante, esconde-se um garoto frágil e com medo, que precisa  desesperadamente de ajuda. E ele é essa ajuda. Através da empatia, Sean consegue se colocar no lugar de Will e busca sentir a sua dor para que possa compreender o que leva o garoto a agir daquele modo tão agressivo e defensivo. Sean não se esconde atrás de uma capa, mostra quem é de fato, o que gosta, suas feridas, suas dores, suas realizações e com isso, pouco a pouco vai conseguindo ganhar a confiança do jovem, bem como, conectar-se a ele. Infelizmente, tanto na vida quanto no filme, faltam pessoas capazes de se desprender de si para ouvir e olhar o outro, pessoas corajosas para ficarem vulneráveis com as outras, permitindo ser tocadas, confiando que o outro corresponderá, ainda que não corresponda. A relação desenvolvida entre Will e Sean demonstra o quão importante é ter uma relação de verdade, com alguém que se preocupe conosco, que esteja disposto a nos ouvir, nos entender e nos ajudar. É demonstrada também a importância dos sentimentos e de não ser sempre tão racional, de se deixar levar pelo que faz o coração terno, pois só assim são construídas experiências de verdade, que podem ser guardadas com carinho na memória.

  Myrian Fernanda









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