Transtorno
do estresse Pós-traumático.
Pode
ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um
conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais; situações
traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. Quando se fala de ameaça à vida, há várias
dimensões que podem ser ameaçadas: dimensão física, devido à pessoa ter sido
vítima ou testemunha de atos violentos, catástrofes
naturais, estupro, sequestros, morte de entes queridos, assaltos, agressões
físicas, ou de dimensão psíquica (ameaças como assédio, humilhações e
outras violências psíquicas), dimensão social (micro e macro social) e ainda a
dimensão espiritual. Em todas estas dimensões podem haver situações de extrema
violência ou ameaça e de certa forma produzirem um quadro de estresse
pós-traumático.
Uma
pessoa desenvolve TEPT quando, após algum evento traumático, começa a ter
diversas lembranças do acontecimento, ou passa por alguma situação que tenha
características parecidas com a do evento traumático, e isso provoca nela
sensações de medo, tristeza, ansiedade e dor. A pessoa também passa a
apresentar sintomas de evitação, deixando de fazer determinadas coisas, não
indo a lugares e nem se expondo às situações que fazem com que ela se lembre do
trauma e que tenha tais sensações.
Quando ele se recorda do fato,
revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma
sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez.
Quem
vive em grandes metrópoles está diariamente sujeito a diversas situações de
grande violência, são momentos de grande estresse, que podem nos levar a
desenvolver TEPT sem que percebamos. Muitas vezes, esses sentimentos de medo e
ansiedade nos fazem perder momentos muito bons e importantes na vida, o que
gera muita dor e tristeza, e pode desencadear um processo depressivo ainda mais
grave.
Os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático se dividem em
categorias principais:
Reexperiência traumática: pesadelos e lembranças
espontâneas, involuntárias e recorrentes (flashbacks) do evento traumático
revivescência;
Fuga e esquiva: afastar-se de qualquer estímulo que possa
desencadear o ciclo das lembranças traumáticas, como situações, contatos ou
atividades que possam se ligar às lembranças traumáticas;
Distanciamento
emocional: diminuição do interesse afetivo por atividades que anteriormente
eram prazerosas com diminuição de afetividade;
Hiperexcitabilidade psíquica:
reações de fuga exagerados, episódios de pânico (coração acelerado,
transpiração, calor, medo de morrer...), distúrbios do sono, dificuldade de
concentração, irritabilidade, hipervigilância (estado de alerta);
Sentimentos
negativos: sentimentos de impotência e incapacidade em se proteger do perigo; Perda de esperança em relação ao futuro, sensação de vazio.
Como
consequência dos sintomas citados acima, a pessoa passa a ter pensamentos e
sentimentos negativos sobre a situação presenciada relacionada a si mesmo.
Esses pensamentos repetitivos fazem com que a pessoa portadora do transtorno
sinta-se incapacitada de seguir adiante,
em alguns casos, ao não buscar ajuda de um profissional, a pessoa se
afunda em um mar de angústias, de pensamentos e ações negativas. Levando a
atitudes extremas como até mesmo, o suicídio.
A manifestação do trauma irá
depender da suscetibilidade do indivíduo afetado, sua estrutura psíquica e
emocional frente às emoções negativas e experiências conflituosas.
O psicólogo
entra com o papel de ajudar o indivíduo a superar o que ele viveu, para que a
partir daí ele possa retomar tudo o que ele parou de fazer ou praticar devido
ao trauma ocorrido. Durante a terapia o indivíduo portador do transtorno
aprenderá a interferir nos pensamentos negativos, nas atitudes que são
influências dos pensamentos repetitivos para anular todo pessimismo causado
pelo trauma.
O tempo é um fator importante no quadro de estresse
pós-traumático: quanto mais tempo o paciente se encontra nessa situação é mais
difícil inseri-lo novamente nas atividades que ele parou de fazer. Dependendo
do grau do transtorno a pessoa pode até ter abandonado emprego, família e
amigos, então recoloca-lo à sua rotina de antes do transtorno fica mais difícil
e leva mais tempo, lembrando que, no tratamento, algumas vezes, é acrescentado
também o uso de medicamentos prescritos por um médico.
Todavia, face à
situações traumáticas, o que irá desencadear o transtorno é a vulnerabilidade
biológica, psicológica e social em que o indivíduo está inserido.
Existem diversas ações que podem ser realizadas para evitar as
complicações do estresse pós-traumático, que basicamente se resumem em buscar
qualidade de vida e desta forma diminuir o impacto que o trauma teve sobre a
vida da pessoa.
Prática de exercícios físicos diários;
Prática de esportes;
Meditação
e Religiosidade, como contraponto ao materialismo excessivo do mundo atual; Arte-terapia
desenvolvimento do cérebro sensitivo;
Técnicas de relaxamento – como contraponto
à tensão e ansiedade;
Dieta saudável e equilibrada;
Evitar maus hábitos (excesso
de bebida, tabagismo, drogas);
Fazer do trabalho, além do aspecto de
responsabilidade e produtividade, um espaço de convivência saudável e
estimulante;
Bom ambiente afetivo-familiar.
Myrian Fernanda
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