Myrian Fernanda dos Santos Lima, Psicóloga Clínica - CRP: 02/22362

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TEPT

 Transtorno do estresse Pós-traumático.

Pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais; situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros.  Quando se fala de ameaça à vida, há várias dimensões que podem ser ameaçadas: dimensão física, devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos, catástrofes naturais, estupro, sequestros, morte de entes queridos, assaltos, agressões físicas, ou de dimensão psíquica (ameaças como assédio, humilhações e outras violências psíquicas), dimensão social (micro e macro social) e ainda a dimensão espiritual. Em todas estas dimensões podem haver situações de extrema violência ou ameaça e de certa forma produzirem um quadro de estresse pós-traumático.
Uma pessoa desenvolve TEPT quando, após algum evento traumático, começa a ter diversas lembranças do acontecimento, ou passa por alguma situação que tenha características parecidas com a do evento traumático, e isso provoca nela sensações de medo, tristeza, ansiedade e dor. A pessoa também passa a apresentar sintomas de evitação, deixando de fazer determinadas coisas, não indo a lugares e nem se expondo às situações que fazem com que ela se lembre do trauma e que tenha tais sensações. 
Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez.
Quem vive em grandes metrópoles está diariamente sujeito a diversas situações de grande violência, são momentos de grande estresse, que podem nos levar a desenvolver TEPT sem que percebamos. Muitas vezes, esses sentimentos de medo e ansiedade nos fazem perder momentos muito bons e importantes na vida, o que gera muita dor e tristeza, e pode desencadear um processo depressivo ainda mais grave.

Os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático se dividem em categorias principais: 
Reexperiência traumática: pesadelos e lembranças espontâneas, involuntárias e recorrentes (flashbacks) do evento traumático revivescência;
Fuga e esquiva: afastar-se de qualquer estímulo que possa desencadear o ciclo das lembranças traumáticas, como situações, contatos ou atividades que possam se ligar às lembranças traumáticas;
Distanciamento emocional: diminuição do interesse afetivo por atividades que anteriormente eram prazerosas com diminuição de afetividade;
Hiperexcitabilidade psíquica: reações de fuga exagerados, episódios de pânico (coração acelerado, transpiração, calor, medo de morrer...), distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância (estado de alerta);
Sentimentos negativos: sentimentos de impotência e incapacidade em se proteger do perigo; Perda de esperança em relação ao futuro, sensação de vazio. 
Como consequência dos sintomas citados acima, a pessoa passa a ter pensamentos e sentimentos negativos sobre a situação presenciada relacionada a si mesmo. Esses pensamentos repetitivos fazem com que a pessoa portadora do transtorno sinta-se incapacitada de seguir adiante,  em alguns casos, ao não buscar ajuda de um profissional, a pessoa se afunda em um mar de angústias, de pensamentos e ações negativas. Levando a atitudes extremas como até mesmo, o suicídio. 
A manifestação do trauma irá depender da suscetibilidade do indivíduo afetado, sua estrutura psíquica e emocional frente às emoções negativas e experiências conflituosas. 
O psicólogo entra com o papel de ajudar o indivíduo a superar o que ele viveu, para que a partir daí ele possa retomar tudo o que ele parou de fazer ou praticar devido ao trauma ocorrido. Durante a terapia o indivíduo portador do transtorno aprenderá a interferir nos pensamentos negativos, nas atitudes que são influências dos pensamentos repetitivos para anular todo pessimismo causado pelo trauma. 
O tempo é um fator importante no quadro de estresse pós-traumático: quanto mais tempo o paciente se encontra nessa situação é mais difícil inseri-lo novamente nas atividades que ele parou de fazer. Dependendo do grau do transtorno a pessoa pode até ter abandonado emprego, família e amigos, então recoloca-lo à sua rotina de antes do transtorno fica mais difícil e leva mais tempo, lembrando que, no tratamento, algumas vezes, é acrescentado também o uso de medicamentos prescritos por um médico. 
Todavia, face à situações traumáticas, o que irá desencadear o transtorno é a vulnerabilidade biológica, psicológica e social em que o indivíduo está inserido. 

Existem diversas ações que podem ser realizadas para evitar as complicações do estresse pós-traumático, que basicamente se resumem em buscar qualidade de vida e desta forma diminuir o impacto que o trauma teve sobre a vida da pessoa.
 Prática de exercícios físicos diários; 
Prática de esportes; 
Meditação e Religiosidade, como contraponto ao materialismo excessivo do mundo atual; Arte-terapia desenvolvimento do cérebro sensitivo;
Técnicas de relaxamento – como contraponto à tensão e ansiedade;
Dieta saudável e equilibrada; 
Evitar maus hábitos (excesso de bebida, tabagismo, drogas); 
Fazer do trabalho, além do aspecto de responsabilidade e produtividade, um espaço de convivência saudável e estimulante; 
Bom ambiente afetivo-familiar.

 Myrian Fernanda

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