Myrian Fernanda dos Santos Lima, Psicóloga Clínica - CRP: 02/22362

O Viver Poiesis tem como objetivo trazer informações sobre questões Psicológicas e Mentais, para você pensar, praticar e aplicar a sua vida e, assim melhorar seu emocional e seu comportamento. Obtendo uma Qualidade de Vida, se permitindo viver a sua obra, seus objetivos e seus ideais.

sábado, 12 de junho de 2010

A Arte de Criar


O homem moderno tem se preocupado em demasia com os seus problemas financeiros sem se preocupar consigo próprio e o ambiente que os cerca. Mesmo com toda evolução científica, ele não vive em harmonia com o ambiente. Os sentimentos, o dialogo ficam em segundo plano, a maioria não consegue falar a respeito dos conflitos pessoais, do trabalho, das alegrias, das tristezas e das angustias; instalam-se num silencio profundo, num sentimento de solidão mesmo quando se esta acompanhado.
Partindo do princípio de que muitas vezes não se consegue falar a respeito de conflitos pessoais, a Arte nas suas diversas expressões, propõe recursos para que sejam projetados e analisados todos esses processos, obtendo-se uma melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhados no intuito de uma libertação emocional. Vários autores definiram a Arte, com conceitos semelhantes no que diz respeito à auto-expressão. "Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920).
A Arte resgata o potencial criativo do homem, buscando o psique saudável e estimulando a autonomia e transformação interna para reestruturação do ser. Dependendo do estado emocional em que se encontre o autor, na Poiesis (a arte de criar) consegue, por si só, transmitir sentimentos como alegria, desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal.
E a arte? A arte é transformação, é vida. Criar é uma questão de vida é recriar a si, criar e, principalmente, transformar, uma transformação que passa pela valorização do outro, do meio ambiente, do trabalho, da auto-estima e pelo resgate da identidade.

Myrian Fernanda


segunda-feira, 24 de maio de 2010

O Homem e o Trabalho


Do ponto de vista psicológico, o trabalho provoca diferentes graus de motivação e satisfação. Mudança na ética, mundo globalizado, competitivo, alterações nos valores sociais deixam marcas indeléveis na vida do individuo. Inserido em um sistema onde os meios de trabalho e as informações se transformam muito rapidamente, o homem se esforça para desenvolver capacidades de enfrentamento, ora criando, ora adaptando-se, no intuito de manter sua saúde física, emocional e social.
Segundo Dejours (1994), o sofrimento está presente no campo que separa a doença da saúde e o aparecimento de modos de funcionar robotizados, desprovidos de afeto, traduzem aparente normalidade mesmo que a forma do vínculo ao trabalho se respalde na ausência de prazer e no sofrimento silencioso. Em contrapartida, a organização muitas vezes pressiona o indivíduo, levando-o a doenças, insatisfação e desmotivação.
Conforme Codo (1999), esse sofrimento inicia quando a relação entre homem e organização do trabalho está, em algum grau, bloqueada e o homem tem a certeza de que o nível de insatisfação no trabalho não pode mais diminuir; as vivências de sofrimento estarão presentes mesmo com a utilização máxima de seus recursos intelectuais, afetivos, de aprendizagem e de adaptação.
 À medida que o indivíduo está inserido no contexto organizacional, está sujeito a diferentes variáveis que afetam diretamente o seu trabalho. Ou seja, para que se atinja produtividade e qualidade, é preciso ter indivíduos saudáveis e bem preparados tecnicamente.

Myrian Fernanda

Sindrome de Burnout

O termo “síndrome” denomina agrupamento de sinais e sintomas de um ou mais distúrbios. A Síndrome de Burnout é um termo médico-psicológico que descreve o estado de exaustão prolongada e a diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho. O termo "burnout" (do inglês "combustão completa") descreve principalmente a sensação de exaustão da pessoa acometida. Burnout é um desgaste, tanto físico como mental, em que o indivíduo pode tornar-se exausto, em função de um excessivo esforço que faz para responder às constantes solicitações de energia, força ou recursos, afetando diretamente a qualidade de vida do indivíduo e, conseqüentemente, de sua atividade profissional. Percebe-se que, o número de doenças diretamente relacionadas com o estresse está aumentando, e, concomitantemente, a preocupação sob formas de prevenção e cura. O estresse e seus estados crônicos afetam diretamente a execução de tarefas e o desenvolvimento do trabalho.
Muitos autores afirmam que o relacionamento com outras pessoas no âmbito de trabalho é uma fonte de estresse, e neste sentido, aparece em meados da década de 70 o termo burnout. Maslach (1976) descreve burnout como processo gradual de exaustão, cinismo e queda da realização pessoal. Essa síndrome caracteriza-se, também, por avaliação negativa de si mesmo, depressão, apatia e insensibilidade em relação à quase tudo e todos, o que é característico de profissões de ajuda, e de serviços humanos. Maslach e Jackson (1981) encontram esgotamento nervoso e despersonalização, onde o primeiro pode ser entendido pela situação que os trabalhadores apresentam quando já não podem dar mais de si mesmo afetivamente, é uma experiência de estar emocionalmente esgotado, devido ao contato diário mantido com pessoas que hão de atender como objeto de trabalho. A despersonalização pode ser definida como o desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativos e cinismo para as pessoas destinatárias de sua atividade. As conseqüências sociais dos problemas relacionados ao burnout é um alerta demonstrado por Benevides-Pereira (2002) ao afirmar que poderão ser observadas em profissionais desempenhando suas atividades por meio de comportamentos distantes e frios, com baixo envolvimento com o trabalho, assim como reduzida realização, até que desistam de seus ideais e escolhas. Além disso, a exaustão física e emocional presente na síndrome de burnout poderão interferir na qualidade do trabalho desempenhado. Mesmo o trabalho que motiva e gratifica, quando realizado com afinco, exige esforço, capacidade de concentração, de raciocínio, implicando desgaste físico e/ou mental, portanto atuando na qualidade de vida.
Myrian Fernanda