Myrian Fernanda dos Santos Lima, Psicóloga Clínica - CRP: 02/22362

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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Síndrome de Burnout: Implicações no Trabalho dos Professores


Resumo
     O objetivo deste trabalho é discutir sobre a incidência da síndrome de burnout em professores que estão em exercício escolar; e os impactos no trabalho e na saúde mental desse docente. O problema da nossa pesquisa consiste em verificar como o psicólogo escolar pode intervir e contribuir no ambiente escolar onde possua professores acometidos da síndrome de burnout.
Palavras-chave: Síndrome de Burnout; Professores; Atuação do psicólogo escolar.

Introdução

     O objetivo deste trabalho consiste em saber a incidência da síndrome de burnout em professores que estão em exercício escolar; e os impactos no trabalho e na saúde mental desse docente; E como o psicólogo escolar pode intervir e contribuir no ambiente escolar onde possua professores acometidos da síndrome de burnout. O  trabalho está dividido em 4 seções, a saber: 1. Definição e caracterização da Síndrome de burnout, 2. Burnout e o professor, 3. Desencadeantes e sintomas da síndrome de burnout no ambiente escolar e 4. Contribuições e intervenções do psicólogo escolar.
     Um dos motivos que despertou o interesse em fazer este artigo foi uma pesquisa que desenvolvi em 2008 no meu TCC na UNICAP e também pela nova conjuntura que estão inseridos os profissionais da educação em especial os professores. Sabe-se que esses profissionais tem que lidar sempre com pressões para que tenham um desempenho elevado muitas vezes acima da média, com a ênfase em fazer e produzir a qualquer custo, assim afetando a sua saúde e o trabalho, a consequência e a síndrome de burnout.
     Além disso, sabemos que o psicólogo escolar pode ter um olhar clínico na identificação dos sintomas; podendo a partir daí tomar as medidas de prevenção e encaminhamento para os profissionais competentes, uma vez que a escola não é o lugar da clínica.
     A partir da motivação surge o interesse de como o psicólogo escolar pode contribuir na manutenção da saúde psíquica do professor e consequentemente do desenvolvimento escolar. Com pensamento que temos que cuidar da pessoa que esta com aquela doença e não da doença em si; o psicólogo pode contribuir para minimizar o sofrimento do docente.
     A UNESCO fez, em 2002, uma grande pesquisa sobre o perfil do professor brasileiro. Em uma das questões sobre a percepção que tinha do próprio trabalho, 54,8% afirmaram ser um problema manter a disciplina em sala de aula; 51,9% mencionaram as características sociais dos alunos; e 44,8% a relação com os pais. Outros pontos críticos estão relacionados com o volume de trabalho e a falta de tempo para preparar aulas e corrigir avaliações.  
     A Universidade de Brasília (UnB) realizou junto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), uma grande pesquisa sobre o burnout com 52 mil trabalhadores em 1.440 escolas. (CODO, 2006).  Segundo Codo (2006), os resultados mostraram que 48% dos entrevistados apresentavam algum sintoma da síndrome. De modo, que as questões que envolvem relações humanas, que são a essência da educação, demonstram serem obstáculos difíceis para os professores.
     O psicólogo escolar tem um papel fundamental não só de mediador, mas poder intervir, modificar e melhorar o ambiente educacional, pois sabemos que um dos pilares da psicologia escolar è a valorização de experiências de interlocução entre os profissionais que atuam na escola. O psicólogo deve desenvolver ações esclarecedoras, junto com o corpo docente, para as famílias sobre o desenvolvimento acadêmico dos alunos.
     A relevância deste artigo consiste em esclarecer sobre a síndrome de burnout – feita pelo psicólogo escolar - aos profissionais da área de educação, bem como explicitar sobre a importância do bem-estar e a saúde do professor no seu ambiente de trabalho, pois é neste que ele passa a maior parte do tempo. Sabemos que quando a saúde do professor esta ameaçada ameaça a educação como um todo.

1. Definição e caracterização da Síndrome de Burnout
     Segundo Benevides (2002) o relacionamento com outras pessoas no âmbito de trabalho é uma fonte de estresse. E neste sentido, aparece em meados da década de 70 o termo burnout, que no sentido literal significa “estar esgotado” ou “queimado”, e que é característico de profissões de ajuda, os quais prestam serviços no trato diário com pessoas. A maioria dos autores indicam Freudenberger[ como o primeiro a utilizar esta denominação em um artigo datado de 1974.
     O burnout pode ser considerado um fenômeno de natureza multifacetado caracterizado por três componentes inter-relacionados: a exaustão emocional, em que os trabalhadores sentem que não podem dar mais de si mesmos a nível afetivo, pela cronicidade, ruptura da adaptação; despersonalização, que ocorre o desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e comportamentos de redução da realização pessoal no trabalho, evidencia o sentimento de insatisfação com as atividades laborais que vem realizando.  Manifestam-se por meio de uma conjunção de sintomas físicos e sintomas psíquicos.
2. Burnout e o Professor
      Um dos problemas mais comuns na atividade do educador hoje é a síndrome de burnout, uma vez que muitos docentes são acometidos de estresse e depressão as quais estão inclusas nesta síndrome. Vista como epidemia no meio educacional. As mudanças sociais das últimas décadas no Brasil alteraram a cultura e os interesses do alunado, aumentaram a violência nos centros urbanos diversificaram e intensificaram o acesso à informação entraram na escola e tornaram-se fatores motivadores de estresse entre os professores.
     Essas mudanças traz sofrimento, que se inicia quando a relação entre homem e organização do trabalho está de algum modo bloqueada, e o homem tem a certeza de que o nível de insatisfação no trabalho não pode mais diminuir. Assim sendo, as vivências de sofrimento estarão presentes mesmo com a utilização máxima de seus recursos intelectuais, afetivos, de aprendizagem e de adaptação. Codo (2006).
     Em virtude do forte vínculo afetivo, do intenso investimento no outro (o aluno) e da expectativa em relação aos resultados de seu trabalho, é comum identificar professores cansados, abatidos e desmotivados diante da tarefa de ensinar. Tais situações caracterizam professores que sofrem da síndrome de burnout e que precisam da intervenção do psicólogo escolar (e de outros profissionais de saúde) para modificar este quadro de sofrimento e reencontrar o prazer e alegria de ensinar.  A importância de o psicólogo escolar estar atento ao sofrimento vivenciado pelos professores, os quais são os grandes motores dos processos educacionais, mas que, diariamente, estão sujeitos à exaustão emocional, a sentimentos de desgaste e de incerteza, entre outros, distanciando-se da sua tarefa de educar as crianças e jovens sob sua responsabilidade.

3. Desencadeantes e Sintomas da Síndrome de burnout no ambiente escolar
     Nesta seção apresento alguns dos desencadeantes e sintomas da síndrome de burnout que podem ser encontrados no ambiente escolar. Para isso, é preciso que o psicólogo compreenda o panorama escolar que está inserido da mesma forma que outros técnicos presentes na escolar. Segundo Codo (2006) têm os desencadeantes:
Desencadeante Organizacional: Organização em esquema burocrático, excesso de trabalho, mudanças gerando disfunção de papel, dimensões estruturais da organização falta de apoio social percebido, competição, assédio moral no trabalho, rápidas e complexas inovações tecnológicas, obrigando o profissional a um constante aprimoramento, entre outros.
Desencadeantes Ambientais, ambiente físico: Ruidoso, calor ou frio excessivo, iluminação, trabalho noturno, exposição a riscos e perigos, sobrecarga de trabalho, entre outros.
Desencadeantes nas relações interpessoais: Relações com usuários - ou companheiros de trabalho - tensas, conflituosas e prolongadas, isolamento falta de apoio no trabalho, excessiva identificação com o usuário, conflitos interpessoais com as pessoas que atendem ou seus familiares, entre outros.
Sintomas físicos: Cansaço constante e progressivo, dores de musculares, alterações gastrointestinais, distúrbios do sono, transtornos cardiovasculares, entre outros.
Sintomas psíquicos: Depressão, dificuldade de pensar com rapidez, prejuízo na memória recente, diminuição da atenção e concentração, dificuldade de relaxar, irritabilidade, impaciência, mudanças no humor, negligência, perda de interesse pelo trabalho, entre outros.
      A partir da compreensão de todos os desencadeantes que geram esses sintomas entende-se que entre as varias intervenções que o psicólogo escolar deve desenvolver esta primeiramente com os professores e não com os alunos, contribuindo para que eles estejam cada vez mais fortalecidos e instrumentalizados para uma atuação de qualidade junto ao alunado. Pois sabemos que as concepções que os professores têm acerca da sua prática profissional, podem favorecer ou prejudicar o ensino-aprendizagem em relação ao desenvolvimento psicológico de seus alunos. Que as concepções do processo ensino-aprendizagem levem em consideração o inexorável do desejo humano, tanto do lado do aluno como do professor, que talvez mudanças sejam necessárias na escola como a concebemos.
      A rápida transformação do contexto educacional tem gerado um aumento das responsabilidades e exigências sobre esses educadores. As transformações, segundo Esteve (1999), supõe um profundo e exigente desafio pessoal para os professores que se propõe a responder às novas expectativas projetadas sobre eles. Não se tratando apenas da necessidade de atualização contínua, mas sim de em algum momento da renúncia a conteúdos e de um saber que vinha sendo de seu domínio durante anos. Assim trazendo sofrimento psíquico para os docentes. A organização muitas vezes pressiona o indivíduo, levando-o a doenças, insatisfação e desmotivação. (Dejours 1994).
     Pelas razões apresentadas acima, os pesquisadores dessa síndrome (BENEVIDES-PEREIRA, 2002; CODO; VASQUES-MENEZES, 2006) dizem que é relativamente frequente perceber os profissionais da educação como agentes de alto risco, sendo várias as queixas que denunciam situações de mal-estar docente.

4. Contribuições e intervenções do psicólogo escolar
     Portanto é fundamental que o psicólogo tenha uma visão integrada desse educador-sujeito, pois seu trabalho é ajudá-lo a se descobrir, a se desvelar, alcançando segurança, autonomia na sala de aula. Como também desenvolver trabalho de relações grupais para que a equipe da escola possa cada dia melhorar suas relações interpessoais.
     Todavia, a contradição entre a necessidade de se vincular afetivamente na relação profissional e a impossibilidade dessa vinculação se concretizar totalmente é responsável pelos conflitos de sentimentos presentes na vida do professor. De acordo com Codo e Gazzotti (2006), na maioria das vezes esse conflito não é percebido pelo professor, é invisível; trata-se, na verdade, de uma vivência subjetiva que o próprio professor não percebe que está sentindo. Pela impossibilidade de vincular-se afetivamente, na medida desejada, a afetividade que seria dirigida ao seu destinatário, o aluno, por exemplo, acaba sendo redirecionada.
     Dessa forma, a ação preventiva deve ser redirecionada para a compreensão e intervenção nas relações interpessoais que permeiam a construção do conhecimento e da ação pedagógica, sendo preciso que o psicólogo escolar instrumentalize-se para estudar e entender as relações interpessoais como sendo sua unidade de análise, isto é, seu foco de atenção e de intervenção (ARAÚJO, 2003; ALMEIDA, 2003; MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2005).
      Outro fator importante é que ao mesmo tempo em que os pais desvalorizam os professores, passam a eles a responsabilidades de educar os filhos. A desvalorização da carreira docente concorre para o aumento dos problemas psíquicos dos professores. O psicólogo escolar tem que atuar de forma preventiva (escuta psicológica) e relacional (assessoria do trabalho coletivo) que valoriza a participação do professor e o cuidado com sua saúde psíquica.
     Segundo Araújo; Almeida (2003) uma das contribuições embasada na perspectiva preventiva e relacional em Psicologia Escolar, uma das propostas contemporâneas de atuação da área refere-se à inclusão do professor como coparticipante das atuações em Psicologia Escolar. Para tal o psicólogo escolar deve auxiliar o professor a refletir e conhecer sobre o desenvolvimento humano e os processos ensino-aprendizagem, possibilitando que ele possa compreender e encaminhar, com clareza, o percurso de escolarização de seus alunos.
     Todo trabalho envolve algum investimento afetivo por parte do trabalhador, seja na relação com os outros ou com o produto do trabalho, sendo que o diferencial do trabalho docente está no fato de que “a relação afetiva é obrigatória para o exercício do trabalho, é um pré-requisito” (CODO; GAZZOTTI, 2006).  E isso só é possível através do respeito – respeito por um conhecimento que o professor construiu referente ao cotidiano da sala de aula e que é o objetivo primeiro da escola. A relação entre a afetividade e o trabalho docente configura-se, portanto, como uma relação necessária, sendo que para que o professor consiga desempenhar satisfatoriamente seu trabalho é preciso que seja estabelecida uma relação afetiva com seu aluno. Todavia quando o professor se encontra em estado de burnout este vinculo se torna prejudicado, tornando o ensino e aprendizagem difícil.
     A partir de uma visão completa do projeto da escola, o psicólogo escolar deve auxiliar o professor a ver com clareza o seu fazer pedagógico e encontrar um sentido mais significativo do processo ensino-aprendizagem. O psicólogo escolar pode possibilitar encontros com grupos de professores, com objetivo de fazer a palavra circular, e que pela possibilidade de que cada professor, ao falar, se escute, e dentro do possível, escute também o colega; possibilitando mudança nos relacionamentos e ressignificando as relações. Algumas contribuições do psicólogo escolar e através de uma intervenção que possibilite facilitar e incentivar a construção de estratégias de ensino - promover a reflexão e a conscientização de funções, papéis e responsabilidades dos sujeitos - superar, junto com a equipe escolar, os obstáculos à apropriação do conhecimento. A atuação do psicólogo não apenas na dimensão psicoeducativa da instituição escolar, mas também na sua dimensão psicossocial.

Considerações finais
     Em função de toda conjuntura que estão inseridos os profissionais da educação em especial os professores, com a ênfase em fazer e produzir a qualquer custo onde a síndrome de burnout pode ser a consequência; burnout é um processo que ocorre em resposta à cronificação do estresse; o psicólogo escolar tem um papel fundamental não só de mediador, mas poder intervir, modificar e melhorar o ambiente educacional.  Hoje sem dúvida um dos trabalhos mais importante que um psicólogo pode desenvolver nas instituições de educação é o bem-estar em serviço de seus educadores. Paulo freire fala que “á prática de pensar a prática é a única maneira de pensar certo” podemos usar este conceito da pedagogia para contribuir com o trabalho do psicólogo escolar. Na contemporaneidade o psicólogo tem alguns desafios no sentido de encontrar estratégias de atuação para ultrapassar os problemas e dificuldades com foco nas soluções, burnout compromete, igualmente, a saúde do professor e a qualidade do aprendizado dos alunos, indicando a necessidade de intervenções que minimizem o sofrimento docente e possibilitem espaços e relações adequadas ao aprendizado.
      O espaço de interlocução, mediado pelo psicólogo escolar, visa oportunizar a circulação dos sentidos, compartilhar vivências e promover o bem-estar dos professores, sua saúde mental e, assim, prepará-los para sua atividade profissional. Num trabalho integrado o psicólogo escolar deve dialogar junto com o corpo docente e com os pais sobre o desenvolvimento acadêmico dos alunos; discutir sobre as metodologias e objetivos da escola, bem como sobre dificuldades dos alunos; participar junto com toda a equipe da escola, da construção do seu projeto político-pedagógico. Com objetivo de tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à motivação e as dificuldades de aprendizagem. Lembrando que a proposta da Psicologia Escolar no que se refere ao burnout docente difere da perspectiva terapêutica ou clínica que pode ser realizada em outros contextos

Myrian Fernanda 


Referências:
ARAÚJO, C. M. M.; ALMEIDA, S. F. C. de. Psicologia Escolar Institucional: desenvolvendo competências para uma atuação relacional. In: ALMEIDA, S. F. C. de (Org.). Psicologia Escolar: Ética e competências na formação e atuação profissional. Campinas: Editora Alínea, 2003.
BENEVIDES-PEREIRA A. M. T. (Org.). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
CODO, Wanderley (org.). Educação: carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.
DEJOURS, C. Psicodinâmica do trabalho. São Paulo: Atlas, 1994.
ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos Professores. São Paulo: EDUSC, 1999.
MARINHO-ARAÚJO, C. M.; ALMEIDA, S. F. C. de. Psicologia escolar: construção e consolidação da identidade profissional. São Paulo: Editora Alínea, 2005.
www.unesco.org> profile-of-teachers.




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Identidade Profissional

Hoje, temos que escolher desde cedo o que profissionalmente queremos para o nosso futuro; Muitos têm escritos sobre esta escolha.
 Presta vestibular para o que? Devo seguir a escolha dos meus pais? Escolher uma profissão dá trabalho, uma vez que a cada minuto surge um fato novo, uma surpresa, um inesperado que exige correção de rota na vida, é quando enfim chegamos ao ápice daquela carreira projetada na mocidade, descobrimos que o que conquistamos não tem mais o mesmo valor de mercado, que tinha há 10, 15, 20 anos.
O grau de insatisfação é muito grande, após anos de trabalho e dedicação, amargamos a frustração de nos encontrarmos no início de tudo, com a consciência de que não somos nós os responsáveis por isso e, sim, a conjuntura econômica atual, a incerteza do outro no nosso potencial. 
O importante é estarmos atentos e abertos para estas mudanças em qualquer tempo.
O pior da insatisfação é a estagnação e a acomodação, devemos ser estar pronto a todas as circunstâncias, daí, necessariamente, flexível; Mas para sê-lo, o eixo da sua identidade não pode estar alienada a nenhuma situação, pois as situações são exatamente aquilo que muda depressa. Dificilmente, no mundo de hoje, uma pessoa terá uma só profissão, não há que se temer a quebra da identidade dita profissional, nem mesmo a social, por misturar competências diversas.
Apesar desta autoanálise, precisamos ter em mente que a escolha poderá mudar durante a carreira, porque o mundo está cada vez mais dinâmico e nossas buscas por realização também. A pessoa pode perder o rumo, não saber o que vai fazer, mas tem quer seguir em frente, razão para nos ajudar a viver melhor.

Myrian Fernanda

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Líder: Competência Emocional


Gostamos de ser únicos, especiais e inconfundíveis, fazemos uma avaliação positiva da nossa aparência, achamos que somos essencialmente do ponto de vista intelectual e emocional superior aos demais a ponto de acharmos que aquele cargo aquela posição aquela promoção foi criada exclusivamente para nos. Daí passa a pensar. Eu posso querer ser promovido rapidamente para a direção da empresa onde trabalho? Posso ser o líder?
Estar maduro para assumir uma determinada função significa ter a competência técnica necessária e também estar psicologicamente apto às responsabilidades e tensões próprias daquele cargo. O líder tem um compromisso com sua paixão, acima da vontade de ser compreendido pelo outro. Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos.
A  liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal. Para que isto aconteça um bom relacionamento é fundamental, se desenvolve quando há confiança, empatia, respeito e harmonia entre as pessoas envolvidas. Essa fórmula do politicamente correto funciona ao nível da necessidade, mas nem sempre ao nível do desejo. Desejar é ter um desejo sempre de outra coisa. Mas é preciso ver se tenho competência emocional para arcar com este grau de responsabilidade e de obrigações.  É preciso ver se eu posso assumir o cargo que tanto desejo. Se não estiver pronto para ele, isso poderá me pesar tanto que não será incomum que eu venha a ter problemas físicos e emocionais.  
“Será necessário um grande trabalho interior para que se processe o desenvolvimento íntimo que criará as condições para o exercício daquilo que se quer” (Flavio Gikovate)
Numa busca devagar, lenta, mas consciente do outro e de nós mesmos nos acostumando com a nova situação que atingimos a competência emocional. Com a convicção de o seu gesto inventar uma solução e, em seguida, ser capaz de inscrevê-la ao mundo.

Myrian Fernanda

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Trabalho Inclusivo

A importância do conhecimento no processo de evolução pessoal, vencer inibições, medos, ultrapassar nossas deficiências.  Hoje é muito comum pessoas acima dos 60 anos voltarem para a universidade tentando uma área nova ou complementar à sua. Pessoas de diferentes perfis com múltiplas habilidades, e das mais diversas trajetórias de vida, quando unidas surge o que se poderia chamar de trabalho inclusivo. Nos tempos modernos, a invenção da internet permitiu que os seres humanos possam compartilhar informações mais rápido do que nunca. Entre as necessidades de um grande grupo de indivíduos idosos, está à exigência de oportunidades de serem incluídos nas decisões a respeito da sociedade e de sua vida diária, O despreparo para viver as diferentes etapas do ciclo de vida mostra que há falta de conhecimento, e que cada etapa exige do ser humano a compreensão de que “cada fase da vida representa algo de novo, que não foi vivido anteriormente e que o homem é um outro” (Guardini 1990). A falta dessa compreensão indica que nem sempre o ser humano tem condições de entender e acompanhar as mudanças que lhe são impostas principalmente quando esse for idoso e quer vencer medos e ultrapassar deficiências. A classificação de um indivíduo como idoso não deve limitar-se apenas à idade cronológica, embora a mesma tenha sido adotada de forma massiva e quase como exclusiva nas discussões sobre o envelhecimento; É fundamental também levar em conta as idades biológica, social e psicológica, que não coincidem necessariamente com a cronológica.
É fundamental chamar a atenção do Governo e da sociedade para a grave situação dos idosos em nosso país, voltar à atenção à saúde ao idoso é um ato político que envolve diferentes atores sociais: gestores, sociedade civil organizada e a clientela de idosos, que, em um processo democrático, participativo e consensual, articulam-se entre si e negociam as tomadas de decisões para o enfrentamento do envelhecimento populacional, com a inclusão no trabalho.
O envelhecimento populacional atinge vários países. A cada dez indivíduos no mundo, um tem mais de 60 anos, sendo que o Brasil no ano de 2030 será a sexta população mundial em número absoluto de idosos (Fundação IBGE). Os aspectos que compõem a totalidade do ser humano não dizem respeito somente ao indivíduo, atinge também o sócio-cultural. E a questão do envelhecimento da população brasileira é tão sério que mobiliza qualquer segmento da sociedade. 
Parafraseando Lehr (1999), pode-se inferir que é preciso haver uma mudança de valores, sobretudo no que tange à imagem negativa que a sociedade propaga dos idosos, de fragilidade e dependência.


Myrian Fernanda

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Relação Homem Tecnologia


Nos primórdio da civilização o homem se preocupava apenas com a sua sobrevivência que passava pela busca do alimento; Com a evolução da espécie veio não só a busca pela sobrevivência mais também pelo status e manutenção deste. Com o advento da internet e as suas diversas formas de visualização no mundo e o surgimento de um enorme número de novos produtos, com informação que chega a tempo real e sem dúvida, propriedades úteis e atraentes à nossa disposição a todo o momento; Por exemplo, na indústria, novos produtos são lançados independentemente da necessidade do mercado.
O homem vive uma nova busca que não é mais “ser ou ter”, mas o que é visto o que aparece, se bombardeando numa busca frenética para aproveitar e armazenar tudo o que ver e ouvi, sem saber o que fazer com essas informações, apenas se importando com o acumulo destas, para se tornar um ser a que tudo sabe, poderoso e insubstituível, tudo isto para manter o seu status, de modo que se empenha cada vez mais em ganhar o dinheiro necessário para sua aquisição. É neste momento que se da conta que na mesma velocidade que as informações chegam, elas mudam ficando o homem em instante desatualizado e desinformado. Sabemos que, nesse novo tempo de impensado avanço tecnológico, há sempre mais a fazer, daí estar nas mãos de cada um a responsabilidade pelo limite. Estão todos expostos a um volume de informações tão grande que não consegue mais guardar tudo o que se ver, ouvi e ler, então surge um tipo de depressão, ansiedade, angustia sobre o futuro. 
São inegáveis os benefícios que a tecnologia e a globalização trouxeram ao homem e a civilização citando como exemplos a comunicação entre culturas e povos com transmissão de conhecimento através da rede, mas temos que nos conscientizar que esta tecnologia é um instrumento de auxilio ao homem, daí conscientizar limites a este acesso de informação e assimilação descartando esta forma de pensar industrializada, buscando assim uma forma de pensar consciente tornando esta relação homem tecnologia uma relação saudável. Pois quando pensamos em evolução significa comumente algo bom, sem esquecermos da hipótese de existir uma evolução exagerada. Desta forma o homem tendo uma liberdade de consciência no que diz respeito à administração de suas próprias vidas. Tornando o pensamento contemporâneo de aceitar a simplicidade e a relativa banalidade da condição humana. 

Myrian Fernanda

Atividades Socialmente Valorizadas


O trabalho sempre teve uma importância na vida dos indivíduos, mas nos últimos anos observa-se um grande investimento, preparação e dedicação por parte das pessoas, principalmente por parte daqueles que trabalham na assistência de outros, como os que atuam em atividades socialmente valorizadas; Não há dúvida acerca de que o assumir tais posições implicam na maior causa de tensões, angústias e todo o tipo de desgaste psicossomático a rotina de pelo menos oito horas diárias, mais as outras atividades ligadas ao trabalho tomam mais de 1/3 do dia desses profissionais. Para tanto há vários estudos mostrando o impacto do trabalho nas vidas destes. Frases do tipo “Não tive tempo: de te ver, de te responder, de concluir a apresentação, de entregar o artigo, de cumprir o prazo, de viajar, de ir ao banco, de consertar a luz. Não tive tempo nem de te explicar que não teria tempo, pois, quando vi, já era, já tinha passado o tempo” (Forbes 2007). Isto faz parte do cotidiano destes profissionais, trazendo resultados nem sempre saudáveis em aspectos como: bio-psíquico-social.
Também não é de se estranhar que os executivos altamente sobrecarregados de preocupações tendam para o abuso de algum tipo de substancia ou medicamento, condição indispensável para poderem se sentir mais leves, descontraídos e bem humorados. Este fenômeno vem ocorrendo em vários países, incluindo o Brasil. Neste país, tal processo vem acontecendo de forma rápida, de modo que somente quando chegam os sintomas e prejuízos físicos, profissionais, sociais, familiares e econômicos é possível perceber o desgaste que há por trás deles.
Para que consigamos modificar, basta saber as limitações e competências e responsabilidade e o peso que nossas ações e decisões têm o poder de interferir sobre o estado de outra, ou outras, pessoas. É evidente que o objetivo maior destas atividades é o de nos ajudar a viver melhor.

Myrian Fernanda

sábado, 12 de junho de 2010

A Arte de Criar


O homem moderno tem se preocupado em demasia com os seus problemas financeiros sem se preocupar consigo próprio e o ambiente que os cerca. Mesmo com toda evolução científica, ele não vive em harmonia com o ambiente. Os sentimentos, o dialogo ficam em segundo plano, a maioria não consegue falar a respeito dos conflitos pessoais, do trabalho, das alegrias, das tristezas e das angustias; instalam-se num silencio profundo, num sentimento de solidão mesmo quando se esta acompanhado.
Partindo do princípio de que muitas vezes não se consegue falar a respeito de conflitos pessoais, a Arte nas suas diversas expressões, propõe recursos para que sejam projetados e analisados todos esses processos, obtendo-se uma melhor compreensão de si mesmo, e podendo ser trabalhados no intuito de uma libertação emocional. Vários autores definiram a Arte, com conceitos semelhantes no que diz respeito à auto-expressão. "Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920).
A Arte resgata o potencial criativo do homem, buscando o psique saudável e estimulando a autonomia e transformação interna para reestruturação do ser. Dependendo do estado emocional em que se encontre o autor, na Poiesis (a arte de criar) consegue, por si só, transmitir sentimentos como alegria, desespero, angústia e felicidade, de maneira única e pessoal.
E a arte? A arte é transformação, é vida. Criar é uma questão de vida é recriar a si, criar e, principalmente, transformar, uma transformação que passa pela valorização do outro, do meio ambiente, do trabalho, da auto-estima e pelo resgate da identidade.

Myrian Fernanda